Lampejo intenso; que desfoca. Assim é o ódio!
Na caça, o gavião – e outros soberanos –
Não se põe diante da luz,
Dá-lhe as costas – também o homem da floresta.
O citadino, o do comércio, leva às ruas o rancor –
Cobre a cabeça ou faz dele sua armadura.
O ódio turva-lhe a razão,
Ao sabor da repugnância que na alma matura.
Incrédulo, desconsidera as roliças pedras
– Levadas, não pelo inimigo; pelo aliado –,
Que se espalham sobre o campo de batalha.
Ignora que combate a si próprio
– O inimigo que necessita amar.
O ódio turva-lhe a razão!
[Ari Donato | Salvador / 2021]
Sempre. O maior inimigo.
CurtirCurtido por 1 pessoa